quinta-feira, 1 de março de 2018



POSTURA DE OVOS CRÔNICA EM CALOPSITAS


Um dos distúrbios reprodutivos mais comuns em calopsitas é a postura repetitiva de ovos, a cada 24 a 48 horas em média.
   
O número de ovos varia entre 4 a 7 por ciclo reprodutivo.

Ocorre praticamente o ano todo, mas é mais comum no final das estações quentes e chuvosas.

A partir dos 12 meses de idade as calopsitas podem entrar em reprodução.

Ainda que esteja ausente o macho para formar o casal, elas produzem ovos inférteis e são dependentes de alguns estímulos externos.





É importante evitar estímulos no ambiente que possam induzir a ave a formar ovos com algumas ações de manejo e realizar algumas terapias:

   - Separar a ave de seu companheiro/parceiro sexual (se houver);

   - Retirar ninhos ou caixas;

   -Retirar de seu recinto brinquedos ou objetos que possam aparentar ter uma afinidade sexual para cópula;

   - Impedir o acesso da ave aos locais onde ela costuma botar os ovos;

   - Mudar a altura e o local onde fica a gaiola;

   - Substituir poleiros que possam ser de material inadequado (PVC ou metal, por exemplo) por poleiros de madeira;

   - Adequar a qualidade nutricional da ave;

   - Diminuir o período da exposição solar diária, para 10 ou 8 horas; Mantendo-a em local escuro por 14 a 16 horas/dia;

   - Diminuir a quantidade de alimentação, realizando jejum alimentar de 4 a 6 horas/dia;

   - Deixar a ave chocar os ovos durante 21 dias, na tentativa de saciar sua necessidade reprodutiva;

   - Recorrer a terapias complementares (Florais, homeopatia);

   - Terapias hormonais disponíveis possuem alguns efeitos colaterais indesejáveis como depressão, ganho de peso, danos hepáticos, imunossupressão e diabetes;

 - Procedimento cirúrgico de retirada do aparelho reprodutivo envolve alguns riscos e deve-se refletir seu custo-benefício;


- Durante a postura a absorção intestinal de cálcio aumenta acentuadamente e na carência de cálcio (hipocalcemia) pode-se mobilizar a absorção a partir dos ossos. É muito importante, portanto, fornecer cálcio durante esse período e aminoácidos e polivitamínicos que supram uma dieta irregular. 

- Para que a absorção do cálcio ocorra é necessário que a ave tenha disponível a vitamina D e alguns minutos diários de exposição à luz solar, preferencialmente o sol mais ameno da manhã.



Complicações que podem decorrer da postura crônica:
 Esgotamento de cálcio (hipocalcemia);
 Osteoporose e fraturas patológicas;
 Retenção ou atravessamento de ovos;
 Prolapso de cloaca por esforço na postura;
 Peritonite por fratura de ovos retidos.


Acompanhamento médico veterinário de um especialista em aves é fundamental para evitar as complicações e manter a saúde durante o processo da postura crônica.


quarta-feira, 8 de junho de 2016

CUIDADOS GERAIS COM OS COELHOS   

1.     Alimentação
2.    Alojamento
3.    Reprodução
4.    Higiene
5.    Prevenção de doenças


1.     Alimentação
Água sempre fresca e limpa deve ser fornecida a vontade. 

A dieta deve ser balanceada, a base de ração específica para coelhos, deve conter 12 a 22,5 % de fibras e 14 a 17 % de proteínas.

Devem ter acesso diário a feno de haste longa (Feno Tifton), para manutenção saudável do funcionamento intestinal, evitando acúmulo de tricobezoares (bolas de pêlos ingeridas) e evitando estase intestinal. Também auxilia a oclusão dentária.

Após os 3 meses de idade, folhas podem ser oferecidas diariamente com moderação, sempre frescas e bem lavadas, em temperatura ambiente e variando a cada dia (couve, almeirão, folhas de cenouras, chicória, rúcula, agrião).

Cenoura, nabo, pepino, brócolis, couve-flor e frutas (banana, maçã, mamão, melão, morango, abacaxi) podem ser oferecidos 2 x na semana, variados e com muita moderação.

Os cubos de alfafa devem ser evitados, por predisporem a cálculos urinários pelo excesso de cálcio.

 São animais coprófagos, ou seja, que praticam o ato de ingerir suas próprias fezes, e realizam essa atividade geralmente pela manhã, é uma necessidade fisiológica para manter sua microbiota intestinal em perfeito funcionamento.



2.    Alojamento
Gaiolas:
- próprias para a espécie e de material de fácil higienização;
- com medidas suficientes para a movimentação e espaço para os acessórios e local de necessidades fisiológicas;
- devem ser mantidas limpas e secas, com piso de grades para evitar contato direto das patas com urina e fezes;
- protegidas de ventos, mas em local arejado.

Acessórios: toca para dormir, vasilhas de preferência de cerâmica para água e ração, substrato para absorção de urina (granulado de madeira), brinquedos para roer.

O conforto térmico encontra-se numa faixa entre 16 e 21ºC. Toleram bem extremos de temperatura, porém temperaturas mais altas, acima de 29ºC são mais estressantes.



3.    Reprodução
A fêmea pode atingir a maturidade sexual  a partir dos 4 meses e o macho a partir de 6 meses.

 A ovulação da fêmea é estimulada pela cópula, por isso procriam o ano inteiro. 

O período de gestação é de 29 a 35 dias.

O desmame dos filhotes ocorre com 5 semanas de vida.




4.    Higiene
Banhos só devem ser realizados em caso de necessidade, são animais que costumam realizar sua própria limpeza.

Os locais onde precisam ser lavados são as patas e região perianal, onde podem se encontrar urina e fezes aderidas aos pêlos, que podem causar dermatites.

Nunca molhe a cabeça, deve-se ter muito cuidado com a região de olhos e ouvidos.

As unhas devem ser aparadas por profissional experiente.




5.    Prevenção de doenças
- Desequilíbrios digestivos e intestinais: evitar alimentos que podem causar  fermentação, diarréia ou constipação como alface, leite e derivados lácteos, carne, doces, pães, bolachas, tomate,  figo, abacate, milho.

- Doenças dentárias: devem desgastar seus dentes, que possuem crescimento contínuo;  oferecer materiais apropriados para roerem, que se encontram em lojas de produtos de animais, materiais atóxicos.

- “Vacinação” não é realizada nessas espécies e a “vermifugação” pode ser realizada, mas é preferível realizar exame parasitológico de fezes.

- Castração: é indicada para evitar doenças do aparelho reprodutivo, as pseudogestações que são frequentes na espécie e aumentar a longevidade.

- Coelhos que ficam confinados o tempo todo em gaiola pode ingerir menos água, causando infecções urinárias e constipações intestinais. A prática de exercícios é muito importante, devem ficar soltos durante boa parte do dia sob supervisão constante, pois costumam roer de tudo, inclusive fios elétricos. Sempre reserve um tempo para essas atividades com seu coelho de estimação!

- o tempo de vida de um coelho varia de acordo com seu porte/raça, em média 6 a 8 anos, mas podem atingir 12 anos de idade, principalmente castrados e com o manejo correto.

- Faça visitas regulares ao médico veterinário que seja especialista em espécies exóticas e silvestres, para que problemas possam ser identificados e tratados a tempo!



Dra. Juliana Dutra Neri Antonio CRMV-SP 17709 M.V.Esp. Silvestres e Exóticos

julianadna@gmail.com   (19) 98139-9899  


sábado, 23 de abril de 2016

INFORMAÇÕES PARA O CUIDADO ADEQUADO DE SUA CALOPSITA


ALIMENTAÇÃO:

- ALIMENTAÇÃO DOS FILHOTES-; A PARTIR DE 2 SEMANAS DE VIDA SE HOUVER NECESSIDADE (SE OS PAIS NÃO ESTIVEREM ALIMENTANDO O FILHOTE) SERVIR PAPINHA INDUSTRIALIZADA, MORNA, EM SERINGA; A PARTIR DA SEXTA SEMANA DE VIDA OFERECER A MISTURA DE SEMENTES E A PAPINHA CONTINUAR ATÉ 12 SEMANAS DE VIDA OU MAIS.

- MISTURA DE SEMENTES COMERCIAIS E RAÇÃO EXTRUSADA PARA CALOPSITAS/PSITACÍDEOS; MARCAS INDICADAS – NUTRÓPICA, MEGAZOO, ZOOFOOD

- FARINHADAS COMERCIAIS PARA PSITACÍDEOS

- VEGETAIS: ESPINAFRE, CHICÓRIA, COUVE, ALMEIRÃO, BRÓCOLIS, COUVE-FLOR, REPOLHO ROXO, BETERRABAS, FOLHAS DE BETERRABAS, CENOURA, FOLHAS DE CENOURA, JILÓ, PEPINO, ABOBRINHA, FRESCOS, BEM LAVADOS, FORNECIDOS 2 A 3 VEZES POR SEMANA

- MILHO VERDE EM ESPIGA COZIDO, 1X/SEMANA

- GRÃO DE BICO (DEIXAR DE MOLHO NA ÁGUA MORNA ANTES DE OFERECER PARA AMOLECER UM POUCO) 1X/SEM

- SEMENTES DE ABÓBORA SEM SAL 1X/SEM

- FRUTAS - MAÇÃ, MORANGO, BANANA, MAMÃO, MELANCIA

- MEIO OVO COZIDO COM CASCA 1 X/SEMANA

ALIMENTOS PROIBIDOS (PODEM PROVOCAR: VÔMITO, DIARRÉIA, INTOXICAÇÃO, HIPERATIVIDADE E MORTE): ALFACE; AGRIÃO; TOMATE; BERINGELA; CEBOLA; SALSINHA; CEBOLINHA; ABACATE; PESSEGO; CEREJA; SEMENTES DE MAÇÃ; FIGO; FEIJÃO; ERVILHA; CHOCOLATE; CAFÉ; SAL; ALIMENTOS GORDUROSOS; LEITE E DERIVADOS DO LEITE; FERMENTADOS COMO PÃO, BOLO, BISCOITOS E ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS EM GERAL.
CUIDADOS GERAIS:

ÁGUA LIMPA E FRESCA SEMPRE À DISPOSIÇÃO

BANHOS – EM DIAS QUENTES, DEIXAR SECAR NATURALMENTE (BORRIFAR ÁGUA, TORNEIRA, CHUVEIRO, BANHEIRAS, ETC DEPENDE DA PREFERÊNCIA DA AVE); NA ÉPOCA DA MUDA DE PENAS O BANHO PODE SER DIÁRIO

HIGIENE DA GAIOLA – LAVAR COM ESCOVINHA, ÁGUA E SABÃO, SECAR AO SOL 1X/SEMANA, AS VASILHAS DE ÁGUA E COMIDA E O PISO DA GAIOLA DEVEM SER LIMPOS, LAVADOS DIARIAMENTE; DESINFETAR TUDO A CADA MÊS (IMERSÃO EM SOLUÇÃO DE 1 LITRO DE ÁGUA COM 1 COLHER DE CLORO)

VERMIFUGAÇÃO: APÓS 5 MESES DE IDADE, ANUAL, VERMÍFUGOS PRÓPRIOS PARA AVES, PRESCRITOS POR MÉDICO VETERINÁRIO

COMPLEXOS VITAMÍNICOS PARA AVES- 1X/ MÊS POR 5 DIAS

OSSO DE SIBA E PEDRA DE CÁLCIO – PARA FACILITAR A DIGESTÃO, DESGASTAR O BICO, SUPRIR CARÊNCIAS DE CÁLCIO

FOTOPERÍODO – NECESSITAM DE 12 HORAS DE SONO POR DIA EM AMBIENTE ESCURO E SEM RUÍDOS, LUMINOSIDADE CONSTANTE PODE PROVOCAR ESTRESSE E DOENÇAS

CORTE DE ASAS – QUANDO NECESSÁRIO, O CORTE CORRETO GERALMENTE É REALIZADO POR MÉDICO VETERINÁRIO ESPECIALISTA, EVITANDO E CONTENDO HEMORRAGIAS NAS PENAS JOVENS; REALIZAR NO MÍNIMO A CADA 2 MESES.

EXPOSIÇÃO SOLAR - DIÁRIA, SOL DA MANHÃ, 10 A 20 MINUTOS, PARA ABSORÇÃO DE VITAMINA D/CÁLCIO

PROTEÇÃO CONTRA VENTOS, CHUVAS, CORRENTES DE AR EVITAM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS

REPRODUÇÃO:
O SEXO DAS CALOPSITAS É DETERMINADO ATRAVÉS DE EXAME: “SEXAGEM POR DNA”, COLETANDO AMOSTRA DE SANGUE OU PENAS JOVENS
MATURIDADE SEXUAL- 12 MESES DE IDADE
NINHO- COMERCIAIS, PRÓPRIOS PARA CALOPSITAS, COLOCAR EM LOCAL ALTO NA GAIOLA
OVOS- DE 4 A 10 POR POSTURA, O TEMPO DE INCUBAÇÃO PODE LEVAR DE 17-23 DIAS

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL:
BRINQUEDOS PARA PSITACÍDEOS , BARRA DE CEREAIS PARA CALOPSITAS
SÃO IMPORTANTES PARA MANTER A AVE DISTRAÍDA, ATIVA E SAUDÁVEL


M.V. JULIANA DUTRA NERI   
CRMV-SP 17.709  
www.vetslar.com.br   
(19) 98139-9899    
(19) 4117-0301 





fotos cedidas gentilmente pela cliente Elizabete Russo

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

CASCO PIRAMIDAL DE JABUTI

DOENÇA ÓSTEO-METABÓLICA EM JABUTIS

A falta de exposição solar (radiação ultravioleta) e, principalmente, o desequilíbrio nutricional da relação cálcio-fósforo, promovem um crescimento inadequado com deformações  da carapaça e dos ossos do esqueleto.

O diagnóstico se dá através de histórico do manejo nutricional e ambiental, visualização macroscópica das deformidades e exame radiográfico.

Como complicações podemos observar a dificuldade de locomoção do animal, escaras e escoriações tegumentares, fraturas patológicas e dor decorrente desses processos.

O planejamento da correção desses problemas deve ser realizado por um médico veterinário especialista e compreende acompanhamento radiográfico após início da terapia nutricional e parenteral. As fraturas podem ser corrigidas por osteossínteses em alguns casos.

A maioria das deformidades são irreversíveis e o tratamento é bastante prolongado, já que o processo encontra-se instalado há muito tempo. Exige muita dedicação e paciência por parte do proprietário, mas a recuperação gradativa do animal é bastante satisfatória.

Em iguanas essa condição patológica pode ser encontrada com paresia/paralisia de membros, astenia e edema de membros pélvicos, desvios em coluna, fraturas de pelve e ossos longos, deformidades em mandíbula com disfagia e hipo ou anorexia associadas.